(imagem sacada algures na net...)
Posted in Uncategorized on Sexta-feira, 13Setembro, 2013| Leave a Comment »
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A Natália Correia faria hoje 90 anos.
Deixo-vos com um dos seus poemas com que mais me identifico, não só pela mensagem, como também pelo significado que teve em determinado momento da minha existência.
Continua a ter, de resto.
Neste meu outro post poderão também ouvir o excelente trabalho que o José Mário Branco fez com ele.
Queixa das Almas Jovens Censuradas
Dão-nos um lírio e um canivete
E uma alma para ir à escola
E um letreiro que promete
Raízes, hastes e corola.
Dão-nos um mapa imaginário
Que tem a forma duma cidade
Mais um relógio e um calendário
Onde não vem a nossa idade.
Dão-nos a honra de manequim
Para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos o prémio de ser assim
Sem pecado e sem inocência.
Dão-nos um barco e um chapéu
Para tirarmos o retrato.
Dão-nos bilhetes para o céu
Levado à cena num teatro.
Penteiam-nos os crânios ermos
Com as cabeleiras dos avós
Para jamais nos parecermos
Connosco quando estamos sós.
Dão-nos um bolo que é a história
Da nossa história sem enredo
E não nos soa na memória
Outra palavra para o medo.
Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Sonos vazios, despovoados
De personagens do assombro.
Dão-nos a capa do evangelho
E um pacote de tabaco.
Dão-nos um pente e um espelho
Para pentearmos um macaco.
Dão-nos um cravo preso à cabeça
E uma cabeça presa à cintura
Para que o corpo não pareça
A forma da alma que o procura.
Dão-nos um esquife feito de ferro
Com embutidos de diamante
Para organizar já o enterro
Do nosso corpo mais adiante.
Dão-nos um nome e um jornal,
Um avião e um violino.
Mas não nos dão o animal
Que espeta os cornos no destino.
Dão-nos marujos de papelão
Com carimbo no passaporte.
Por isso a nossa dimensão
Não é a vida. Nem é a morte.
(Natália Correia, 1923-1993)
Posted in Uncategorized on Terça-feira, 10Setembro, 2013| Leave a Comment »
O problema das ideias perigosas é que elas vão-se instalando, assim devagarinho, sorrateiras, as maganas, e como quem não quer a coisa: BUUMMM. Depois uma pessoa começa a olhar para elas (para as ideias) e percebe que elas não param de crescer. Isto, claro está, porque nós também não as deixamos de adubar.
Eu não sou uma pessoa conforme. Não gosto, nem nunca gostei muito do ‘sistema’. Já lhe fui muito obediente, mas não sei se é a da idade, se do que é, talvez esteja a ficar chalupa, também não sei bem… a verdade é que só me apetece a liberdade… não me apetece nada disto.
Nota: Este é um tema em trabalho.
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