… Hoje fui à Baixa.
Hoje fui à Baixa. Em serviço.
Não ia lá há algum tempo. Trabalhei lá quatro anos. De há dois anos a esta parte pouco tenho lá ido.
Tinha saudades.
Das cores, dos cheiros, das pessoas, da diversidade.
Fui conhecer uma Associação que desenvolve um trabalho espectacular, coordenada por pessoas espectaculares. Pedi desculpa por estar a interromper a rotina diária. Disseram-me: nós aqui não temos rotinas.
Agora voltei. Ao meu trabalho e à minha rotina.
Aqui há rotinas.
E “sinto uma raiva a nascer-me nos dentes e um força a crescer-me nos dedos” (*). E esta ideia perigosa que não pára de crescer também.
(*)”Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços?
que só te serve para obedecer,
que só te manda obedecer.
Que força é essa, amigo?
que força é essa, amigo?
que te põe de bem com outros
e de mal contigo.
Que força é essa, amigo?”